domingo, 22 de junho de 2014

O Estilo Art. Decó do bairro Petrópolis.


Os que ainda não conhecem bem o bairro Petrópolis e leem a matéria anterior sobre o estilo californiano, podem imaginar que Petrópolis se caracteriza unicamente por este estilo. Contudo o patrimônio arquitetônico cultural do bairro é composto de outras nuances, tão relevantes e presentes na arquitetura local quanto o estilo espanhol, já observado em recente artigo. 



O estilo que agora vamos exaltar é o art decó, surgido na França no início século XX correlato a ideários de industrialização, modernização e funcionalidade. 

Caracteriza-se pela busca por linhas geometrizadas evocando ares modernos e por vezes navais. Linhas retas com cantos arredondados nas alvenarias, sacadas, marquises e grades, caracterizam este estilo arquitetônico.




Em Porto Alegre, em especial em Petrópolis, o marco para este estilo foi a Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha em 1935, onde a quase unanimidade dos pavilhões temporários, com suntuosidade, adotou este estilo.
A partir da década de 40, fomentadas pela grande enchente de 1941, as classes alta e média passaram a buscar partes altas da cidade para moradia, assim, potencializa-se o interesse por Petrópolis, onde, o apogeu do estilo art decó transparece em edificações palacianas, implantadas em cota elevada em relação à calçada que traduziam o que de mais moderno, funcional e nobre existia para a época, com a predominância deste estilo arquitetônico.

Em outros bairros de Porto Alegre também se encontra este tipo de residência unifamiliarmas não na profusão e diversidade que se encontra em Petrópolis.




No Petrópolis, também, o emprego do estilo art. decó foi utilizado em moradias multifamiliaries, o que é um ponto comum a outros bairros da cidade.
Este tipo de edificação guarda forte relação com o início da verticalização das cidades e faz referência ao american way of life, difundido pelo cinema e publicações, valendo registrar que nos Estados Unidos este estilo é preservado e cultuado como patrimônio arquitetônico e cultural, sendo Miami uma das principais referências a esta preservação. 

Miami Art. Decó District:


E, aí, lembrou o Ritz?

Cinema Ritz, Petrópolis, Porto Alegre-RS:


Ilustram esta matéria fotos de imóveis que compõem o patrimônio arquitetônico cultural do bairro Petrópolis no estilo art. decó (existem muitos outros) e as quatro referências ao art. decó de Miami. 

PS.: cinema Ritz, inaugurado em 1948 destruído em 2002. 

domingo, 15 de junho de 2014

Petrópolis e o Estilo Californiano




      Matéria veiculada na ZH Zona Sul de 13 de junho de 2013, intitulada California Dreaming, de autoria do arquiteto e morador da Zona Sul, André Huyer, mencionou o bairro Petrópolis, juntamente com o bairro Vila Assunção como uma espécie de reduto, em Porto Alegre, de um estilo arquitetônico que mesclou a arquitetura rural espanhola das missões jesuítas com as formas simples de antigas civilizações indígenas e que também representou, de certa forma, a busca pela identidade nacional na arquitetura, especialmente entre os anos 30 e 50. 

Esta arquitetura é o denominado estilo californiano, e se faz presente também no patrimônio cultural do bairro Petrópolis.  

     A matéria com o título “Casas com Personalidade” vem abaixo transcrita na íntegra e é ilustrada com imagens do patrimônio cultural de Petrópolis. Segue:


                                                                          
Hoje em dia, morar em casa - e não em apartamento – já é um diferencial. Mas se a casa for de uma arquitetura com personalidade, melhor ainda. E muitas vezes as pessoas nem sabem que suas casas são especiais.    


A Vila Assunção e alguns bairros, como o Petrópolis, são fortes redutos do que restou da arquitetura de estilo californiano. É muito fácil identificar uma casa neste estilo: entrada sob varanda na frente, com um ou dois arcos; paredes rebocadas com textura, pintura na cor branca; pedras de granitos aparentes nos cantos, nos arcos e nas chaminés; cobertura com telhas cerâmicas coloniais e um quadro de azulejos (...) no oitão do telhado.   
     

Este estilo teve forte presença nas décadas de 1930 a 1950. É, provavelmente, o único estilo pan-americano de arquitetura. Sua utilização tinha inicialmente um significado de autoafirmação nacional, em contraponto a arquiteturas de simples cópias européias. Surgiu nos Estados Unidos mixando elementos da arquitetura rural espanhola das missões jesuíticas com as formas simples de antigas civilizações indígenas (pueblos). Difundiu-se por México, Venezuela, Peru, Argentina,  Uruguai e Brasil.


     
Na intenção de ser um contraponto à arquitetura européia, no Brasil, o californiano teve um concorrente: o estilo neocolonial português. Enquanto o neocolonial foi mais forte no centro do país, no Rio Grande do Sul o californiano foi o estilo preferencial. Estima-se que por influência trazida de Buenos Aires e Montevidéu.
     
O estilo californiano também é chamado de missões, espanhol ou mexicano, apresentando variações, com exemplares mais ricos e outros mais espartanos. Nos anos 1950, o modelo esgotou-se, pois havia virado um modismo repetitivo. Além de residências também foi empregado em alguns prédios públicos, e, na Vila Assunção, na sua capela (na praça José Assumpção), sendo um dos raros templos ainda existentes neste estilo. 


      Quem mora em uma casa em estilo californiano, mora em uma joia da arquitetura, cada dia mais rara. São prédios charmosos, de aspecto aconchegante, representam uma era de nossa cultura. Os exemplares remanescentes têm identidade própria, diferenciada da pasteurização de nossas cidades.









André Huyer é arquiteto e urbanista, especialista em patrimônio cultural em centros urbanos pela UFRGS.











As fotos que ilustram esta matéria do blog são de alguns dos muitos imóveis que representam o patrimônio cultural de Petrópolis no estilo californiano.  
             

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Petrópolis e o Inventário em outros Bairros


Sabem que inventários de outros bairros já foram realizados pela administração municipal e transcorreram sem sobressaltos? Nada saiu nos jornais, não gerou reuniões, assembleias, abaixo-assinado, passeata.

E que nos bairros já inventariados, os imóveis continuam valorizados? Em certos casos, inclusive, os imóveis se valorizaram ao se agregar ao patrimônio o valor cultural, despertando a atenção de turistas, compradores e porto alegrenses à área preservada.

Caso este do bairro Cidade Baixa, que na condição de pólo boêmio revitalizado, conferiu à região inclusive o slogan “Cidade Baixa em Alta”, onde proprietários de imóveis faturam alto com alugueres e o comércio revigorado da região.

Listagem do bairro Cidade Baixa. Clique aqui.


E, no bairro Independência, quem fala em desvalorização e estagnação? Muito pelo contrário, as tradicionais e amplas edificações são procuradas para reforma, atualização e ocupação para fins de moradia, por um público que busca espaço e conforto em detrimento dos apartamentos novos de dimensões cada vez mais reduzidas. 

Listagem do bairro Independência. Clique aqui.

Ainda, o que não dizer, do bairro Moinhos de Vento, onde dentre as reivindicações que aportam da comunidade, estão a ampliação do patrimônio inventariado da região? E, ainda, da defesa pelas casas da rua Luciana de Abreu que levou a comunidade aos tribunais? Seria a comunidade do Moinhos romântica e desvairada, ou conservadora e atrasada, sem nenhum senso prático?

Listagem do bairro Moinhos de Vento. Clique aqui.

Estamos certos que não; pois somos muitos e os proprietários de bens com potencial para preservação em Petrópolis em geral aplaudem o ato de proteção.

Em nosso bairro, a estabilização trazida pelos imóveis inventariados os tornará mais atraentes e valorizados por pessoas que gostam de morar em casa ou que querem agregar ao seu negócio o charme de um endereço com reconhecido valor cultural e, ainda, protegerem seus imóveis de edificações lindeiras que as desvalorizem.


De mais a mais, após a construção de 5070 unidades habitacionais no período de 2000 a 2010 no bairro Petrópolis, não se pode dizer que o bairro não esteve aberto a transformações, e tampouco que deixará de estar.

Também não se pode dizer que o bairro seja elitista, pois, com base na venda de índices construtivos que elevaram os prédios a alturas maiores do que o previsto no Plano Diretor, Petrópolis certamente é o bairro que mais financiou construções populares em Porto Alegre, conforme a destinação legal prevista para o solo criado. (Lei Complementar 315/1994).

Igualmente não se pode alegar que o inventário é ato descabido, muito pelo contrário, é um dever legal que encontra previsão na Constituição Federal e Plano Diretor (vide § 1º do art. 216 da Constituição Federal e art. 90, § 1º; art. 92, § 2º, § 4º e 5º, art. 162, X da Lei Complementar 434/1999, além da Lei Complementar 601/2008).

Enfim, o patrimônio cultural de Petrópolis não é só do bairro, pois é através dele que preservamos uma das diversas fisionomias de Porto Alegre.

A memória; a identidade dos lugares relaciona-se com o sentimento de pertencer, de se sentir conectado ao lugar e às pessoas que o compartilham.

Não bastasse tudo isso, o inventário mostra-se também um bom negócio para quem quer morar ou auferir renda do imóvel.

ACESSE o Abaixo-Assinado e FIRME seu apoio ao Inventário de Petrópolis!




sexta-feira, 6 de junho de 2014

ABAIXO-ASSINADO - ACESSO LIBERADO

Prezados apoiadores,

Os problemas técnicos que estavam obstando o acesso ao abaixo-assinado em apoio ao inventário pela preservação do patrimônio arquitetônico, cultural e ambiência do bairro Petrópolis foram sanados. 

O acesso está liberado. 

Vote e divulgue esta causa de relevo e importância cultural, arquitetônica, ambiental e de valorização imobiliária e qualidade de vida para a região. 

Mantemo-nos trabalhando e à disposição para esclarecimento de dúvidas e recebimento de sugestões. 

Movimento Proteja Petrópolis. 






quinta-feira, 5 de junho de 2014

Abaixo Assinado - Petição Pública - Temporariamente sem Acesso.

Caro visitante, 

Estamos recebendo inúmeros contatos referindo dificuldades de acesso ao abaixo assinado em apoio ao inventário do bairro Petrópolis. 

Efetivamente, há 3 (três) dias o acesso ao abaixo assinado em apoio ao inventário de preservação cultural do bairro Petrópolis encontra-se com problemas de comunicação.

Isso porque o servidor onde se encontra hospedado o site Petição Publica Brasil encontra-se com alguns problemas técnicos. Trata-se de um problema geral, não restrito a esta petição pública.

O reparo está sendo executado e, em breve, o acesso retornará a ser viabilizado. Contamos com sua compreensão. 

Atenciosamente. 

Proteja Petrópolis.